terça-feira, 19 de agosto de 2008

FESTCAMP - Dorotéia

[ Teatro ]




A peça desenvolve-se num universo repleto de absurdos, criado pela imaginação das personagens: a abstrata casa de três primas viúvas, todas de luto, num vestido longo e casto que esconde qualquer curva feminina. Elas conservam-se em obstinada vigília através dos anos. Nenhuma das três jamais dormiu para jamais sonhar.

Sabem que no sonho rompem volúpias secretas e abomináveis. São feias, têm a pele cheia de espinhas e irrupções. Pertencem a uma família na qual as mulheres possuem um defeito de visão: não enxergam os homens.

Casam-se sem ver os maridos e, na noite de núpcias, são acometidas por uma náusea, depois da qual seus noivos apodrecem, vão se decompondo.

Usam máscaras que representam a duplicidade da realidade em que vivem. Dorotéia é a prima que tem o rosto belo e nu, se veste de vermelho e é a única mulher da família que vê os homens. Só no final, ao se perder de si mesma e assumir a personalidade imposta pela artificialidade e hipocrisia social, renunciando em definitivo à beleza e à vitalidade, ela portará uma máscara hedionda.







Um comentário:

Anônimo disse...

Geeen-te amei o blog, teatro é tudo!
E pelo jeito, é residente em campo grande e foi na grande Deluxe, hahaha, que mundo pequeno!